A Internet das Coisas (IoT) será uma facilitadora entre os cenários de inovação digital das indústrias
*Por Fabio Rodrigues, Diretor Executivo da Novidá
Recentemente tenho visto uma vasta quantidade de estudos e artigos, em revistas técnicas especializadas e na internet, a respeito de temas ligados à tecnologia da informação na indústria e, dois destes termos têm chamado atenção pela frequência com que vêm aparecendo. São eles: Internet das Coisas (IoT) e Indústria 4.0.
Talvez você já tenha ouvido falar sobre eles ou até mesmo já é familiarizado com esses termos, mas para falar sobre a maturidade da Internet das Coisas na indústria, que inclusive já possui até nome próprio: IIoT (Industrial Internet of things), eu gostaria de esclarecer alguns conceitos.
Há um tempo atrás, os termos da época mais utilizados no universo industrial e nos meios de comunicação especializados eram: Automação e Indústria 3.0. Esses termos, já amplamente conhecidos e que traduzem tecnologias e processos atuais, referem-se à automação individual de máquinas e processos.
E se tratando da Indústria 4.0, o foco da conversa é a digitalização end-to-end de todos os ativos físicos e a integração de ecossistemas digitais com parceiros de toda a cadeia de valor, elevando e customizando a mesma, permitindo o uso mais eficiente de recursos.
Simplificando, a geração de dados, a análise e a comunicação deles sustentam os ganhos prometidos pela nova revolução na indústria, que engloba diversas novas tecnologias para criar valor, sendo a Internet das coisas (IoT) a maior responsável para que toda essa integração e geração de valor para os negócios aconteça.
A aceitação por completo da tecnologia IoT na indústria vêm acontecendo por partes, começando por apenas uma etapa do processo e à medida que os resultados vão acontecendo, outros processos vão sendo integrados em um sistema de inteligência de dados, até a comunicação bidirecional entre sistemas e máquinas.
Achou estranho a comunicação bidirecional entre sistemas e máquinas? Sim, isso é possível. A Indústria 4.0 trabalha dentro do preceito de que as máquinas serão mais independentes e poderão, inclusive, se comunicar sem que exista a interação de um humano. O objetivo é que as fábricas trabalhem cada vez mais integradas, em um cenário sem distinções entre as áreas.
A tendência é que os processos e atividades não automáticos serão automatizados e otimizados de maneira muito veloz! Nesse cenário as pessoas continuam sendo importantes, mas com foco mais estratégico, como tomadores de decisões com base nos dados coletados e processados pelos sistemas e máquinas.
Segundo uma pesquisa recente da consultoria PwC, por enquanto, apenas 9% das empresas participantes do estudo incorporam ao seu cotidiano processos de digitalização e automação industrial, porém, a expectativa para os próximos anos é de que esse número se reverta. Até 2020, a estimativa é que 72% das organizações do país estejam inseridas nesse novo panorama.
Essa visão inovadora vai racionalizar não somente os custos, mas a produtividade da indústria como um todo. A maioria das empresas brasileiras prevê aumento de mais de 10% em sua receita anual com a adoção dessas novas tecnologias, enquanto empresas do mundo todo esperam US$ 493 bilhões de receita adicional.
Para isso, algumas transformações serão necessárias, como:
- Inovação incremental e revolucionária de produtos e serviços
Lançamento de novos produtos e serviços industriais com características digitais que aumentarão o portfólio existente, como softwares de análise de dados, ou mesmo soluções digitais completas que servem ao ecossistema da cadeia produtiva de fornecedores e clientes.
- Forte compromisso de investimento
Esses investimentos estão focados em tecnologias digitais (como sensores ou dispositivos de conectividade, como o Witooth – o sensor beacon proprietário da Novidá), softwares e aplicações (sistemas de execução de manufatura e otimização processual por exemplo), treinamento de funcionários e na condução da mudança organizacional.
- Foco em pessoas e transformação digital
O maior desafio das empresas não é apenas a tecnologia, mas também as pessoas. O sucesso depende de como os líderes conduzem e comunicam a transformação, além da qualificação dos funcionários para implementar produtos e serviços digitais.
- Confiança digital é imprescindível
Ecossistemas digitais só podem funcionar de forma eficiente se todas as partes envolvidasconfiarem na segurança de seus dados, bem como na proteção de sua propriedade intelectual. Para proteger sua empresa e garantir a confiança digital é necessário investir muito e ter diretrizes claras em relação à integridade e à segurança dos dados.
No fim desse processo de transformação, as empresas bem-sucedidas se tornarão verdadeiramente digitais, com máquinas potencializadas por interfaces digitais, processos produtivos otimizados em um nível jamais imaginado e serviços inovadores baseados em dados.
E esta transformação digital já está acontecendo. Agora é a hora de sua empresa agir!