As quatro grandes revoluções pelas quais a economia global passou nos últimos três séculos – no caso da 4ª, ainda está passando – levaram dezenas de milhões de trabalhadores (na verdade centenas de milhões, e até mais) a capacitarem-se para cada nova realidade que lhes surgia pela frente.
A 1ª destas transformações econômicas foi a Revolução Comercial, a qual começou na Europa no século 18 e de lá espalhou-se pelo planeta.
Na sequência veio a Revolução Industrial, durante todo o século 19 e a primeira metade do século 20. Depois ocorreu uma nova revolução industrial, que se caracterizou pelo uso cada vez mais intensivo de maquinário pesado, porém com pouca tecnologia agregada, nos locais de trabalho (caminhões, empilhadeiras, guindastes etc.).
E agora estamos todos (e em especial os funcionários das empresas manufatureiras) no bojo da 4ª revolução industrial – a revolução que fez surgir a indústria 4.0.
Mas… quais as características desta indústria, a 4.0?
Vamos a elas:
- Nas linhas de montagem, presença intensa de robôs;
- Forte segurança cibernética no chão-de-fábrica (até em virtude destes robôs que lá estão);
- Informações deixam de ser guardadas em computadores, e até mesmo em servidores, para ficarem armazenadas na nuvem;
- Presença intensa da Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês) no local de trabalho. Máquinas trocam informações umas com as outras, além de o fazerem com os operários;
- Presença de mecanismos que proporcionam realidade aumentada nas linhas de montagem, para que se possa lidar com dispositivos cada vez menores (microchips e outros);
- Uso do Big Data (gigantescas quantidades de informação) para o aprimoramento constante da produção;
- Simulações da eficiência e segurança de um produto – as mais realistas possíveis – antes que o mesmo passe a ser fabricado em massa.
Bem, estes são os principais elementos disruptivos que a indústria 4.0 está trazendo para fábricas de todo o mundo – inclusive para as instaladas no Brasil.
Não há como voltar atrás; estas mudanças vieram para ficar. Dessa forma, os trabalhadores terão de se adaptarem às mesmas, assim como se adaptaram às três grandes transformações no modo de gerar riquezas que as precederam, as quais já citamos.
Empresas do setor industrial que não ajustarem suas linhas de montagem a estes novos tempos acabarão, rapidamente, sendo ultrapassadas em encomendas e vendas por outras do mesmo setor que o fizerem.
(Curiosidade: a própria existência de linhas de montagem entra em jogo neste mundo novo; talvez as fábricas do futuro simplesmente não as tenham. Os produtos, na indústria 4.0, talvez sejam feitos por “células” – grupos de operários que se encarregarão da confecção de cada exemplar de um determinado item, do início ao fim.
Isto será um rompimento com tudo que foi estabelecido em se tratando de fabricação de bens por Henry Ford, o empresário americano, a 150 anos atrás).
Em suma: é imprescindível que os funcionários sejam capacitados para esta nova realidade – a realidade da indústria 4.0.
Como fazê-lo?
Bem, vamos conhecer o melhor os passos a serem dados neste sentido:
1º) O treinamento do colaborador para atuar na indústria 4.0 precisa começar logo – e nunca mais parar. Aprender, na nova realidade na qual estamos mergulhados, torna-se quase tão importante quanto trabalhar. Na verdade, o trabalho e o aprendizado se transformam em uma coisa só;
2º) Recorra a parceiros para tal aprendizado. Existem instituições extraordinárias no Brasil em se tratando do ensino de novas técnicas de trabalho. As entidades do Sistema S (o Sebrae e o Senai, em particular) capacitam muito bem operários. Fale com elas;
3º) Realize medições constantes dos avanços de cada colaborador. Lembre-se: uma corrente é tão forte quanto o seu elo mais fraco. Se apenas um de seus trabalhadores não se capacitar adequadamente para atuar na indústria 4.0, o time todo estará comprometido. Fique atento aos progressos de cada membro de sua equipe, de forma individual, portanto;
4º) Incentive todos a se manterem atualizados. Há muitos sites brasileiros voltados à divulgação de tecnologia industrial que fazem um trabalho extraordinário. Boa parte deles disponibiliza seu conteúdo gratuitamente. Vale a pena acompanhá-los!;
5º) Além disso, incentive seus colaboradores a aprenderem uma outra língua, além do português. É fato que os maiores avanços tecnológicos, hoje, se dão em diferentes partes do mundo. Muitas vezes ocorrem nos Estados Unidos, outras, na Alemanha ou em algum país da União Europeia. A China vem sendo um celeiro de novas invenções para o chão-de-fábrica, e o Japão está nesta trilha há anos. O melhor é que todos os colaboradores da empresa tenham ao menos conhecimentos médios da língua inglesa, a qual é a língua franca dos negócios em todo o mundo.
Mas lembre-se: um mundo novo está batendo à porta de cada empresário e de cada empresária do setor de manufaturas – é o mundo da indústria 4.0.
Siga este caminho, trilhe este caminho, encaminhando seus colaboradores a experimentarem com êxito esta nova realidade que surgiu. Os benefícios serão evidentes, para todos os envolvidos.
